ICE score: como priorizar ideias e tomar decisões mais assertivas

ProdutoPor Mariana Bonanomi e Juliana Amorim

Todo negócio exige que em algum momento você tome as decisões certas para crescer ou alcançar um objetivo, por isso conhecer a fundo métodos de priorização é essencial para quem está à frente das estratégias de marketing, produto e desenvolvimento. Porém, mais importante que saber quais métodos de priorização existem é saber como utilizá-los da maneira correta.

Pensando nisso, criamos este post com tudo o que você precisa saber sobre o ICE Score, um método que te ajuda a definir quais tarefas, projetos ou testes devem ser priorizados. Além de explicar como ele funciona, vamos falar também das vantagens, desvantagens e os cuidados que você deve ter ao utilizá-lo para evitar o desperdício de recursos importantes: tempo e dinheiro.

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O que é o ICE Score?

Desenvolvido pelo CEO da GrowthHackers, Sean Ellis, o ICE Score é um termo em inglês que significa Score de Impacto, Confiança e Facilidade. Seu objetivo é aprimorar a clássica matriz de esforço vs. impacto para priorizar a implementação de novas features ou experimentos.

Popular entre profissionais de growth, essa metodologia calcula o nível de prioridade que você deve dar a diferentes tarefas, baseando-se nos três fatores mencionados.

Além disso, o método também fortalece a participação de toda a equipe nos processos decisórios, possibilitando uma melhor comunicação entre diferentes áreas e permitindo, também, um fluxo de trabalho responsável e interdisciplinar na tomada de decisões do negócio. Isso porque ele foi criado pensando em times multidisciplinares: a pontuação pode ser feita em equipe, considerando pontos de vista de profissionais de produto, marketing, tecnologia, entre outros.

Como o ICE Score funciona?

O ICE Score é composto pela multiplicação de pontuações atribuídas a cada um dos fatores mencionados. Não existe uma regra explícita de qual é a pontuação mínima e máxima para cada uma, mas é uma boa prática utilizar faixas menores (como de 1 a 3 ou 1 a 5) para facilitar o processo e evitar desvios imprecisos.

score=impactoconfiancafacilidadescore = impacto * confianca * facilidade

Após pontuar todos os itens listados, a priorização fica clara e explícita: quanto maior o score, mais importante é este item.

Entenda melhor cada uma das variáveis:

  • A pontuação de impacto mede o potencial de transformação de uma ação no negócio caso ela seja implementada, se esse impacto será direto e quantas áreas serão beneficiadas com essa ação
  • A pontuação de confiança mede o nível de certeza que o time tem sobre o potencial impacto. Quando o time não tem experiência prévia com uma ideia sugerida, o nível de confiança costuma ser baixo
  • A pontuação de facilidade mede o quão trivial é a implementação, tanto em termos de complexidade e tempo como em relação a recursos financeiros.

Outros métodos de priorização

Ao invés de simplesmente aplicar frameworks sem antes considerar se eles realmente fazem sentido no contexto do seu negócio, tenha em mente que sempre existem outros métodos a serem aplicados e que a utilização vai depender dos objetivos da empresa.

Algumas empresas se beneficiam mais de métodos rápidos, colaborativos e democráticos, enquanto outras tiram mais proveito de abordagens mais visuais e simples, ou simplesmente mais customizadas de acordo com necessidades de clientes específicos. Este último pode ser o caso de negócios B2B que atendem grandes contas, por exemplo.

O que ter em mente na hora de decidir qual é o melhor método

O primeiro ponto a se observar é: quais são as variáveis levadas em consideração no método escolhido?

Avalie se cada uma dessas variáveis tem realmente um grande peso, tendo em vista os objetivos do negócio. Se sim, talvez esse seja um ótimo método para você aplicar. Mas e se outras variáveis forem mais importantes no caso da sua empresa, ou de um projeto?

Um exemplo disso é quando a variável “alcance” importa mais do que outros fatores, ou tanto quanto. Algumas vezes, “proposta de valor” também pode ser uma variável importante, mas que depende de conhecimento prévio sobre satisfação do cliente e da capacidade de quantificar esse fator.

Para que você conheça outros métodos, elencamos a seguir algumas alternativas que consideram critérios mais ou menos apropriados para o seu propósito.

RICE Score

A sigla significa reach, impact, confidence and ease e considera não só as mesmas variáveis que o método ICE Score como também o alcance dos experimentos ou projetos priorizados em um determinado intervalo de tempo.

Você decide que tipo de alcance é seu objetivo, como por exemplo conseguir 150 novos clientes até o final do primeiro quarter ou conseguir 1300 usuários em uma determinada etapa do funil.

Neste método o cálculo é muito parecido com o do ICE Score, com a única diferença de que multiplica também as outras variáveis pelo alcance. A pontuação máxima para o seu alcance seria 150, no caso do primeiro exemplo e 1300, no caso do segundo.

MoSCoW Analysis

MoSCoW é uma sigla para must have, should have, could have and will not have – em português: tem que ter, deveria ter, poderia ter e não terá. O intuito dessa análise é distribuir as tarefas, ações, implementação e demais itens em 4 grupos de features ou ideias:

  • Tem que ter, das que são essenciais para o produto
  • Deveria ter, das que são importantes, mas não essenciais
  • Poderia ter, das que são legais de se colocar em prática se possível
  • Não terá, das desnecessárias de se ter dentro do tempo definido.

Ela pode ser usada em um projeto inteiro ou em apenas parte dele, e é indicada para times que procuram uma abordagem simples e que têm a delimitação de tempo para cada tarefa muito clara. Sem ter o tempo bem definido, corre-se o risco de sobrecarregar os "must haves".

O processo acontece através de votos. Após definidos intervalos de tempo, como o próximo mês, o próximo semestre e o próximo ano, cada integrante do time pode dar peso 1, 2 ou 3 para cada ideia. Esses números são somados e, as que tiverem o maior score serão must haves, em segundo lugar should haves, e assim por diante.

Kano Model

Esse modelo foi criado em 1984 pelo Dr Noriaki Kano, e considera a possibilidade de implementação e a satisfação dos clientes como principais critérios de pontuação.

No processo, cria-se um gráfico em que o eixo Y indica a satisfação do cliente, enquanto o eixo X indica dificuldade de implementação, e, quanto mais perto do quadrante superior direito uma ideia estiver, mais alto é o score.

O método é indicado para equipes que têm dados de navegação dos usuários, já conduziram pesquisas com clientes, e que sentem a necessidade de serem mais user-centric, o que se deve, muitas vezes, a uma cultura centrada em engenharia.

Quando devo aplicar o ICE Score?

Agora que você já sabe o que são métodos de priorização e, além disso, conhece outras opções, vamos voltar ao ICE Score e a como você deve usá-lo para obter o melhor proveito possível dele.

Mesmo os métodos mais populares entre profissionais de growth têm utilidade mínima quando as métricas não são confiáveis ou quando as atividades posteriores aos testes não são condizentes com os resultados obtidos nos experimentos. Com o ICE Score isso não seria diferente.

Originalmente o método foi criado para determinar quais testes AB priorizar. Porém, esse mecanismo se provou tão eficaz e funcional que o mercado passou a aplicar o ICE Score não só nesse contexto, mas também em situações do dia a dia das equipes de marketing, produto e, principalmente, growth.

Não se trata apenas de determinar qual ação tomar ou não. No planejamento de deadlines e na organização de demandas rotineiras, a metodologia ICE auxilia com o foco necessário para cada projeto ou tarefa analisando diferentes métricas, com uma análise minuciosa em diferentes setores. Saber identificar o nível de oportunidade na criação de estratégias é fundamental para o crescimento da empresa.

Considerações e cuidados importantes

Como dito anteriormente, o ICE Score é eficiente em muitos casos, mas é importante levar alguns pontos em consideração e tomar alguns cuidados em sua aplicação, e no momento de dar vazão às tarefas priorizadas.

Estratégia vs. tática

O método tem um apelo instantâneo para líderes que querem ser conhecidos por tomar decisões data-driven, mas é uma tática, e não uma estratégia. E o que isso quer dizer na prática? No dia a dia de uma empresa, principalmente ao se tratar do universo dinâmico de tecnologia e produtos digitais, muitas coisas mudam de uma hora para a outra. Portanto, muitas decisões precisam ser tomadas com agilidade. Nesse dinamismo típico das startups muitas vezes não é possível – e nem aconselhável – reunir uma equipe inteira em uma sala para fazer um processo de pontuação.

Para que esse precioso tempo não seja desperdiçado, é necessário que por trás dos métodos de priorização haja uma estratégia muito bem arquitetada e amarrada – não deixando pontas soltas entre diferentes táticas. Uma tática nunca substitui uma estratégia, e as táticas devem se conectar umas às outras para atingir um objetivo maior: esteja sempre de olho em uma métrica guia (em inglês north star metric) na hora de decidir se vale a pena ou não usar uma tática em um determinado momento.

Comunicação e definição das pontuações

Por utilizar pontuações definidas internamente pelo time é comum que se caia em armadilhas como falta de alinhamento entre os stakeholders sobre o que significa cada variável, ou até levar em conta só as opiniões que são convenientes a uma pessoa ou àquilo que já se pretende colocar em prática.

É importante que não haja ruído na comunicação a respeito de o que significa cada nota para que a ideia priorizada seja, de fato, a que mais faz sentido para o time como um todo. Aos poucos você junto à sua equipe podem aprimorar o uso do método e decidirem se depois de concluir o primeiro item da lista partirão para o segundo ou se é o momento de repensar algumas táticas.

Não importa o quão bom é um plano tático, se ele não for bem comunicado em uma linguagem em que a equipe toda compreende, a parte prática nunca sairá da melhor maneira.

Conclusão

Os benefícios do uso do ICE Score são muitos. A priorização de ideias e projetos garante maior alinhamento entre as equipes e melhor utilização dos recursos. Trazer a metodologia ICE para o dia a dia dos negócios aumenta a produtividade, diminui custos e gera resultados mais precisos.

Como mencionado no blog Ladder, assim como o Growth Hacking foi inventado para fazermos mais reuniões com tech founders que não tem muito interesse em marketing, o ICE score é uma solução que os profissionais de marketing encontraram para fazer os engenheiros ouvirem suas necessidades.

Nós, da Croct, recomendamos o uso dessa metodologia para garantir a melhoria contínua do seu negócio, mas ressaltamos que isso deve ser feito com cautela para que você não tome as decisões erradas.

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